Vocês sabem que a minha vida não teria a mesma graça se não fosse a dança, e claro o ballet. Essa semana está rolando em Paris a semana Haute Couture(Alta Costura) e ontem parece que o dia foi todo em homenagem a dança. Vamos começar pelo incrível desfile de Valentino, que embora sua inspiração tenha sido as óperas tinham referências claras de balllet, dada pelos cisnes (negro e branco) e pelo excesso positivo de tule e transparências. A coleção toda está de tirar o folego, cheia de detalhes de bichos como leões, leopardos, elefantes, cobras, usaria tudo, mas fiz uma seleção com olhos de bailarina.
Era tudo tão lindo e delicado, mas reparei que uma das identidades da marca estava lá: os famosos spikes Valentino, estavam presentes discretamente nos sapatos.
Claro, não poderia faltar os coques românticos e as borboletas que estão o hit da estação, já vimos(segue o instagram que lá estou postando fotos de vários desfiles) em Jean Paul Gautier e Alexis Mabille. Quem dá mais???
Já a primeira coleção de alta costura de Viktor & Rolf, depois de pausa de 13 anos, deixou MUITO a desejar. Não podemos negar que o caráter artístico do desfile que eu amo, estava lá. Mas tudo tem um limite, embora minha vida seja a dança, tenho senso crítico.
A dupla de designer(que eu adoro pelo caráter inventivo mesmo) não poderia esquecer que estavam apresentando um desfile de moda, e mais de alta costura, ou seja apesar do show ter sua importância, as roupas são o foco. E nesse caso, fiquei me perguntando: cadê alta costura? Eu, como artista da dança, lamento porque o que poderia ter sido um espetáculo incrível, um casamento perfeito entre moda e dança, não foi. O que vi foram roupas de um figurino de dança e nada aproveitáveis para vida real. Uma pena!!!
Para vocês, existe um limite entre o show da passarela e o real propósito dos desfiles que é apresentar a marca e suas roupas?