Lá vemmmmm as pautas da discórdia. Bom, só para a gente começar: toda história tem dois lados ou mais. Mas, acho que a gente precisa analisar sempre antes de achar tudoooo legal. Sabemos que algumas questões estão fervendo no mundo todo, como o espaço das mulheres na sociedade, de uma maneira mais ampla, a desvalorização de um padrão de corpo e a valorização da autoestima feminina, questões de gênero, étnicas raciais. Enfim, são muitas pautas que estão tomando conta de nossos pensamentos e de nossos discursos, mudando nossos pensamentos ou pelo menos fazendo a gente refletir sobre.
Bom, mas o que tem de bom e de ruim nisso? Tenho, particularmente, um pouco de receio quando a coisa toma uma proporção gigantesca. Por um lado é ótimo, tem certas coisas que o mundo precisa saber e a gente tem mais é que fortalecer as discussões popularizando e saindo de alguns nichos que já levam essa discussão por anos. Então, devemos comemorar que a a indústria da moda, conhecida por se esquivar da expressão política ou cultural, usar as passarelas, convocando influencers e fashionistas para expressar opiniões em meio ao glamour da New York Fashion Week?
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Eu respondo: tenho minhas dúvidas. Sim, algumas marcas arrecadaram dinheiro com as vendas dos produtos para as instituições ativistas. Mas, por outro lado a marca Prabal Gurung(que fez algumas camisetas que estão nesse post) disse que recebeu uma ótima reação dos seus parceiros de varejo, como Bergdorfs, Saks, Neiman, Nordstrom, além de outras lojas e clientes. Fico pensando se não seria apenas um pegar carona nas discussões para vender mais produtos e promover a marca. Outro ponto que levanto é a banalização da discussão que pode enfraquecer. Percebe que existe uma diferença entre popularizar e ampliar e banalizar?
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A Carla do Modices, por exemplo, tem uma coleção sobre empoderamento feminino, mas nós sabemos que ela promove há anos discussões e ações sobre essa pauta e não apenas resolveu pegar carona no assunto. Ela populariza e não banaliza. Na verdade meu grande receio é que as discussões nessa marcas, que não tem tradição em defender causas, fiquem apenas na camiseta e se pautem em promoção comercial. Por outro lado essas grandes corporações podem levar as pautas para lugares não alcançados. São muitas dúvidas que pairam sobre a minha cabeça.
E vocês, o pensam sobre isso?