categorias: Moda

A riqueza da moda e os grupos mais poderosos do momento.

LVMH Young Fashion Designers Prize

LVMH Young Fashion Designers Prize

Este post é tipo para olhar com os olhos e lamber com a testa, mas também pra gente entender um pouco como funciona o mundo da moda nas high high high brands (sim muitooooooo ricas). O tempo todo falo de marcas aqui e de vez em quando acho legal entender de onde vem as coisas e como essas marcas se organizam. A maioria das grandes marcas estão em conglomerados da moda, grandes grupos que reúnem essas marcas sobre um presidente, uma direção de negócios e estrategias de ação. Os maiores são: Kering(ex PPR, presidente é o marido de Salma Hayek), Richemont,  LVMH,  tem ainda o grupo Prada(bem menor) e as marcas independentes(veja o infográfico abaixo que não tá tão atualizado, mas dá para ter uma ideia. Desde então essa cartela  de marcas só cresceu e algumas independentes como a Ralph Lauren foram compradas pelos grupos).

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fonte: infographiclabs

Bom, são todos diferentes e ao mesmo tempo muito semelhantes, sempre em busca de excelência, para atender um público super exigente(confesso que sou parte desse público exigente, só não tenho grana para bancar os luxos #contradiçoes).

A nova cara da Gucci- compromisso com novos talentos.

A nova cara da Gucci- compromisso com novos talentos.

A Kering que aglomera as marcas Gucci, Bottega Veneta, Saint Laurent, Alexander McQueen, BalenciagaStella McCartney, busca incentivar a imaginação, dar oportunidades a novos talentos. Além disso, apoiam  causas feministas e tem uma programa de conservação dos ofícios tradicionais, por meio de treinamentos. 

Rihanna vai lançar sua linha de make pela LVMH

A enorme LVMH tem mais de 70 marcas com a missão de manter alta qualidade em 5 setores, entre as quais bebidas com Dom Perigon, Moët & Chandon, Veuve Clicquot.  Moda com as marcas Louis Vuitton, Fendi, Celine, Dior, Emilio Pucci, Givenchy, Kenzo, Donna Karan, Marc Jacobs. Na linha de cosméticos Guerlain, Acqua di Parma, Parfums Dior, Givenchy Parfums, Benefit Cosmetics, Make Up For Ever, e no mercado de jóias as mais famosas são Tag Heuer e Bvlgari. 

Chloé-uma das minhas marcas favoritas

Chloé-uma das minhas marcas favoritas

Algumas das criações de luxo de maior prestígio no mundo são fabricados nas maisons do grupo Richemont super privilegiam o design e a manufatura. Entre as quais, Cartier, Van Cleef & Arpels, Mont Blanc, Alaïa.

No Brasil esse modelo de negocio já tem seus adeptos com a In Brands, AMC Têxtil e outros…O que eu acho interessante em todos estes grupos é que eles dizem para acreditar em desafios intelectuais, o equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada, desenvolvimento pessoal e diversidade de oportunidades. O discurso é que para eles cada pessoa tem uma vocação , e que a obrigação dos grupos é ajudar cada pessoa a explorar o que lhe permite progredir, adquirir novos conhecimentos e contribuir para o sucesso do grupo .Pode ser apenas um discurso, mas creio que existe um quê de verdade, porque, apesar das dificuldades da moda mundial ultimamente, o faturamento dessas empresas não para de subir. Algum motivo deve ter, você não acha?

categorias: Moda

Até tu Gisele Bündchen?

GiseleA gente sabe que de tempos em tempos uma peça(no caso uma estampa) vira hit. Dessa vez, até Gisele Bundchen que é super low profile em desfilar com marcas, foi pega de moletom Kenzo. Tá certo que como boa moça todo o resto que ela usa é Colcci, tô começando a acreditar que ela usa Pantene.(Pra quem não viu Gisele voltou a ser a garota propaganda da Colcci nessa última temporada de moda). Voltando a Kenzo(foco, foco), desde a coleção passada a marca vem popularizando o moletom. Tudo começou com o moletom de estampa de tigre que virou febre entre as fashionistas, agora é a vez do OLHO.

kenzo eyeAssim que lançou essa coleção bati o olho na estampa e imaginei: vai virar febre(postei aqui). Eu admito, a primeira vez que vi o olho pensei que seria um jeito super interessante de atrair proteção.  Esse símbolo da tradição hinduísta ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil, também pode ser interpretado como proteção por influência e similaridade com o símbolo do olho grego. Há quem diga que colou, mas tenho minhas dúvidas que seja por isso. Se você tiver a fim de aderir a onda de proteção a peça original custa cerca de R$3000,00( versão em lã,na Farfetch) ou se você está de viagem marcada ele custa cerca 300 dólares(depende de modelo e material). Agora se você achou MUITO caro, claro, que já surgiram as versões inpireds e cópias também(apesar que as falsificações podem trazer falsas proteções hehe). Para não ter erro, prefiro as inspireds, nesse caso:

sweater kenzo eye Luulla|Rowne|Rowne|Ebay|Asos

O legal de moletom é que eu adoro levar para praia, ótima opção para noite na hora do ventinho. O que você acha, vai aderir a onda da Gisele? 

categorias: Dança Moda Moda e arte

UMA: um espetáculo em desfile.

UMAUOU…faz tempo que não tenho uma pauta tão minha cara, explico….Ontem como contei aqui para vocês fui conferir o primeiro dia de desfile do SPFW, assisti ANIMALE(lindo) e UMA  este último fez meus olhos brilharem como a muito tempo não acontecia. A identificação pessoal foi imediata, por diversos fatores, um deles foi que Raquel mergulhou no universo da dança para trazer movimento a sua uma coleção. Outro que foi que além de trazer a dança para a roupa, ela estava na passarela, com os bailarinos e a equipe da São Paulo Companhia de Dança(SPCD). Cia que tenho um carinho enorme, pela  pessoas que fazem parte dela em especial Marcela Benvegnu e Inês Bogéa, e pelo trabalho que ela realiza(pra quem não fui pesquisadora convidada da Companhia). 

uma umaMas voltemos ao desfile(o raio do foco, que perco rs) conversei com a Raquel(estilista) e com o Rafael Gomes (coreógrafo do desfile e bailarino da SPCD), e com a Inês  Bogéa, e fiz algumas perguntas. Vamos a elas..

UMAAlfinetes de Morango: Raquel, para criar a coleção o que veio primeiro a roupa ou a dança? 

Raquel Davidowicz: Primeiro veio a ideia de criar uma coleção urbana, com a ideia de trazer o comportamento autêntico das ruas.  Em 2008, assinei o figurino da obra de Paulo Caldas, Entreato, e desde então tenho vontade de fazer outras coisas com a cia. Há três semanas atrás, liguei para Inês(Diretora artística da SPCD)s e propus que os bailarinos participasse do desfile, apresentando as roupas pela dança. A Inês topou e começamos a criar como seria. Foi completa a sinergia entre as peças da coleção e os bailarinos. O processo todo fluiu muito bem, muito trabalho e a cada ensaio nos tornávamos um coletivo.

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Alfinetes de Morango: Você fez alguma adaptação nas roupas para que ela pudesse “servir” aos bailarinos.

Raquel Davidowicz: Não,  a unica coisa que mudei foi os sapatos, adaptando um coturno a um calçado mais flexível.

Inês, qual foi a ideia para concepção dessa coreografia?

Ines Bogéa: A coreografia foi dividida em três partes, brincando com as cores da roupa e com momentos.A ideia foi dar movimento as peças, para a movimentação trouxemos algumas referências da ruas, como as toucas, gestual com  mãos (espetadas) que representam os cílios posticos de travestis, coturnos que desenham no espaço esse caminho das ruas. Nesse sentido a  roupa é uma pele social que une a moda com o mundo da dança.

Alfinetes de Morango:Rafael, me conta um pouco desse processo…

Rafael Gomes: Para criação dessa coreografia tivemos parceria com Hisato(DJ) que fez uma trilha que desse vida ao desfile. Minhas referências foram o pós punk, em uma ideia que somos seres da solitários andando pelo baixo Augusta. E que ao mesmo tempo em que estamos com o todo, estamos sozinhos. Na noite é mais ou menos assim que funciona.

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Ainda estou em êxtase, porque já tivemos aqui no Brasil, desfiles que trouxesse a dança, mas não havia visto ainda essa união maravilhosa entre dança e moda. Esse blog começou com essa ideia de trazer um pouco de arte, dança e moda com uma linguagem que alcançasse um público maior. A ideia de descomplicar e aproximar a dança do grande público, vem sendo uma das minhas grandes preocupações enquanto pesquisadora de dança.

uma 8Tomara que esse seja um pontapé para que as relações entre moda e dança, dança e moda se estreitem cada vez mais. E que possamos ver traduzido em desfiles e espetáculos essa sinergia, que Raquel Davidowicz, tão bem traduziu em seu desfile. Preciso dizer que foi emocionante  um êxtase para meus olhos de dançarina e admirado da moda…

fotos: Agência fotosite e Alfinetes de Morango.